quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Mundo de Mentir@s

Meu primeiro conto:



Maria estava ali mais uma vez com o celular na mão, sorria e chorava ao mesmo tempo, afinal era aquilo mesmo que ela queria; fez a sua escolha inicial e acreditava que não se arrependeria, a sua vontade era esta, sempre foi e nunca voltaria atrás.

Na tela principal do telefone ela contemplava aquela foto de olhar sedutor de um jovem de meia idade publicada numa rede social, era um cara comum, e suas fotos pareciam mesmo de uma pessoa normal pacata, mas não era pobre. Tinha algumas fotos viajando em lugares tão lindos, e se imaginava passeando com ele, cruzando estradas e cantando em outras línguas; suas conversas pelo whatsapp ainda estão gravadas enquanto se lembrava de o quanto ele dizia que a amava.

Não sabe se ainda a ama, e talvez ela não merecesse mesmo este amor, na verdade sabia que não merecia. Relendo e-mails apaixonados que ele tinha feito especialmente pra ela, haviam marcado inúmeros encontros, mas ela nunca foi; Pedro nunca desistiu do seu sonhado encontro, e alimentava a esperança de viver com ela um grande amor.

Mas um grande problema começou a atormentar a vida de Maria, ela também se apaixonou, o que incomodava era como Pedro a tinha visto; ela havia criado um perfil falso para extorquir homens de meia idade, como já havia feito antes tantas outras vezes, e tinha atingido seu objetivo porque ele havia pago todas as suas contas.

Ela continuava alimentando toda a paixão que carregava por ele, mas sabia que ele jamais a perdoaria se contasse toda verdade. Com o celular na mão e uma carteira de cigarros, a cada tragada uma nova lágrima, sabia que tinha caído na própria rede de mentiras, e despedaçado o próprio coração.

Foi quando Maria simplesmente deixou de falar com Pedro, eles tinham mantido contato por tempo demais, o nome Fake de Maria era Ana Júlia e na foto parecia pelo menos dez anos mais nova. Poxa vida ele nunca percebeu que era nome de uma música? Que droga, homens não costumam reparar em detalhes, não reparou em fotos com as mesmas roupas e mesmas maquiagens e tantas coisas repetidas que mandava pra ele – ela pensava enquanto tragava mais uma vez. Então decidiu que não falaria mais com Pedro, aceitaria seu destino porque foi isso o que buscou e apagou os contatos, simplesmente guardou suas fotos para olhar toda vez que se sentisse triste e pensar que alguém a ama.

Pedro percebeu seu afastamento, e também recuou, ele ficou na expectativa de um simples olá que nunca mais chegou. Pegou seu celular e jogou na parede, junto com tudo o que restava de lembranças e contatos de Ana Júlia, e por amor preferiu nunca mais falar com ela também e a bloqueou, antes que ela percebesse que ele não era mais um homem viril de meia idade e encarou seu rosto enrugado em frente ao espelho e chorou.


Maria mesmo deprimida, agora era Camila, atualizando as novas fotos e cultivando novos amigos virtuais para que façam as suas vontades. Pedro mesmo sabendo da idade que tem, ainda gostava das suas fotos antigas e continuou conversando com outras garotas que ele considerava bonitas e que o adicionavam de tempos em tempos. Eles nunca mais foram os mesmos, continuavam alimentando uma secreta paixão que ao longo dos anos o saber que alguém os amava em algum lugar do mundo os confortava. 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O QUE TE FAZ ACREDITAR QUE DEUS EXISTE?

        
Foto da Aurora Boreal

          Outro dia perguntaram-me, o que te faz acreditar que Deus existe?
         Revidei com outra pergunta: O que te faz acreditar que paixão existe?
      Então eu disse que é a mesma coisa do que estar apaixonado, se você nunca esteve nunca vai acreditar que ficamos horas pensando em alguém, planejando encontrar e ficar junto, como poderia eu explicar o estado sublime de uma paixão?
        Apenas quem sente, consegue entender como conseguimos ler incontáveis poemas de amor, perder horas de sono e querer contar pra todo mundo caso a paixão seja correspondida. Quando uma paixão é correspondida, a gente quer mostrar a todos os nossos amigos o quão lindas são todas as sensações: o toque que arrepia e inspira, o olhar que contagia com aquele riso bobo quando cantamos a mesma música várias vezes incansavelmente. Eu teria que descrever como é se apaixonar, então sugiro que você se apaixone primeiro, e por Deus não é difícil se apaixonar, quando experimentamos nos aproximar d’Ele.
      Existem aqueles que nos conquistam com flores, outros com atitudes e outros ainda por insistência; eu vejo por aí pessoas que se apaixonam à primeira vista, e outras que vão à casa de alguém várias vezes e depois se dão conta que aquela pessoa era o amor da sua vida. A paixão é um sentimento que constrange, nos sentimos extasiados quando nosso amado nos faz uma surpresa, nos envia mensagens, e diz o quanto nosso sentimento é recíproco.
        Então, veio-me outra pessoa, que já foi apaixonada, e disse: como pode a paixão ter acabado? Disse que não conseguia mais acreditar que o amor existe, e que simplesmente não consegue mais reatar o relacionamento.
       Veio-me então a dizer-lhe: Acreditas na diferença entre a paixão e o amor?

              A paixão, quando não vira amor, ela acaba.
        A paixão deve ser cultivada com companheirismo, compreensão e cumplicidade para que venha transformar-se em amor; ninguém ama de uma hora para outra, porque a paixão desperta o primeiro amor. Transformar tudo isso naquele amor que faz querermos ter companhia o tempo todo, e é tão bom nos sentirmos protegidos, com confiança e sinceridade; o amor também nos faz perceber que queremos ver o outro feliz, mesmo que às vezes tenhamos que fazer algum sacrifício.
        Amar é entender que nem sempre a nossa vontade prevalece, e que precisamos ser pacientes, porque existe a certeza de que seremos recompensados com aquele sorriso lindo. O tempo é a oportunidade de descobrirmos o verdadeiro amor, é nele que nasce a intimidade, a compaixão; e quando começa a amadurecer, então surge tolerância e amizade. Mesmo que muitos venham dizer que amor não existe; e que a paixão não nos deixa, assim, tão intensamente sensível, não conseguiríamos negar ou disfarçar.
        Quando não conhecemos o verdadeiro amor, fica difícil entender todas as emoções por ser alguém que nunca experimentou essa adrenalina, e também para quem só se apaixonou é difícil explicar a paz de quem vive de amor. Quando isto se refere a Deus, é exatamente assim, porém, muda o fato de que o amor Dele por nós sempre vai ser maior que o nosso por Ele; isto porque ele já nos amou desde o começo, sem precisar se apaixonar; um tipo de amor que nunca acaba.
        O nosso coração por natureza, é um altar de sentimentos que vai evoluindo a cada nova sensação; quando ouvimos falar em algo que ainda não sentimos, vamos sentir dificuldade para acreditar que isto existe, e naturalmente teremos que nos esforçar para abrir nosso coração para as novas aventuras.

Logo, quando estou em uma roda de amigos que não acreditam em amor verdadeiro, e questionam sobre a existência destes sentimentos em Deus, nada do que for falar vai explicar como são simples e lindas todas estas emoções.

Obs.: Este texto foi criado para o blog "Entre Cabelos e Barba" porém resolvi compartilhar no blog pessoal a fim de que eu consiga enviar esta mensagem a mais pessoas, e de alguma forma, demonstrar que há maneiras de demonstrar que Deus existe.